sexta-feira, 29 de maio de 2015

Daí, estou eu aqui revirando meus catálogos de fotos (que tem por volta de 19 mil arquivos - haja clique na tadinha da T3i...!), buscando fotos pro Desafio do "Fotógrafos de Rua", e me deparei com essa foto: 



E fiquei pensando na mensagem que ela traz. Claro, o português não está lá essas coisas (metade da minha lista de amigos do Face surtaria com o português mal escrito ou mau transcrito), mas, a mensagem em si. 

Daí fiquei pensando nela e em outra frase, também bastante famosa pela internet: "se a vida te der um limão, faça uma limonada". 

E - "sem querer querendo", como diria o Chaves - foi isso o que aconteceu na minha vida. Também "sem querer querendo" acabei por pegar um limão e fiz uma limonada com ele, tirando uma sonho da gaveta e de alguma forma começando. Ainda revi os meus dois primeiros ensaios, da minha mãe e do meu irmão, e vi o quanto eu evoluí de um ano pra cá - e o quanto eu ainda tenho que evoluir. Mas, eu comecei. De alguma maneira, de uma forma muito estranha - e triste - eu comecei. Aprendendo, estudando, treinando, errando (e errando muito: de 19 mil arquivos brutos, ou o que se poderia chamar de "negativos", eu tenho menos de 400 fotos "aproveitáveis" e as que eu gosto não chegam a 20), mas, começando e seguindo em frente. 

E continuando a treinar, a estudar. E claro, a errar. Só não erra quem não faz. Eu só preciso errar menos, mas, beleza, "pisa no da direita". É assim a vida. 

A foto foi tirada no Museu do Mar, em São Francisco do Sul/SC. É uma frase do Amyr Klink, navegador, desbravador e "maluco" brasileiro. 

Abraços a todos...

sábado, 7 de agosto de 2010

Retirado daqui (os grifos são meus).

PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO
Por Adriana Falcão

A

Aceitação- Pensar “ então ta bom” em vez de “ já que tem que ser assim”.
Adolescente- Toda criatura que tem fogos de artifício dentro dela.
Alegria- Bloco de carnaval que não liga se não é fevereiro.
Ansiedade- Quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.

B

Balé- Quando corpo é lápis, espaço é papel e música é motivo.
Beija-flor- A coisa que mais se parece com flor, tirando mulheres apaixonadas, borboletas e filhos.
Beijo- Um carimbo que serve para mostrar que a gente gosta daquilo.
Belo- tudo que faz os olhos pensar que são coração.
Bondade- Aquilo que sai do coração quando a torneira está aberta.

C

Calma- Quando as agonias dormem profundamente dentro da gente
Casamento- Junção de pessoas por um tipo de liga que não tem nada a ver com cola e de que até hoje não se tem notícia da receita.
Certeza- Quando a idéia cansa de procurar e pára.

D

Dengo- A vontade súbita de ter uma avó por perto.
Dor- É aquilo que dá vontade de dizer “ ai” lá de dentro do peito, seja topada, perda, cascudo ou abandono.
Desculpa- Uma frase que pretende ser um beijo.

E

Elogio- É quando a frase surte efeito de champanhe.
Encontro-A reunião formada pelo que procurava pelo achado e pelo acaso.
Engano- Quando era para ser, mas não era.
Estímulo- um cutucão na vontade.

F

Fantasia- Qualquer tipo de “ já pensou se fosse assim?”
Fé- é toda certeza que dispensa provas.
Fidelidade- um trato que você faz com você mesmo de cumprir os tratos que você fez com os outros.
Flerte- Quando se joga escravos-de-Jó com os olhos.
Fracasso- o sentimento que vem antes do “ dessa vez eu consigo, quer ver?”
Franqueza- é quando as verdades querem sair e saem mesmo e pronto.


G

Gente- é carne, osso, alma, sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Graça- é tudo dado e recebido com sorriso.
Gula- quando chocolate é mais importante que espelho.

H

Harmonia- quando os olhos, os ouvidos, a boca e o coração sorriem ao mesmo tempo.
Hipocondria- mania de transformar espirro em pneumonia.
Humanidade- como é sinônimo de bondade, devera ser coletivo de bondosos.

I

Idade- aquilo que você tem certeza de que vai ganhar de aniversário querendo ou não.
Ingenuidade- é quando o saber ainda está nu.
Indecisão- é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa.
Interesse- ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Irritação- um alarme de carro que dispara bem no meio do seu peito.

J

Joaninha- bichinho que deve ter nascido num dia em que a Criação estava especialmente bem-humorada.

L

Liberdade- um azul que atrai e espanta ao mesmo tempo
Loucura- é coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.
Lucidez- é quando o pensamento não está fora de foco.

M

Mãe- é aquilo que dá vontade de gritar quando a gente não sabe o que fazer.
Maturidade- quando o enredo da pessoa se depara com sua trama central.

N

Namoro- é quando o universo inteiro em volta importa menos que o abraço.
Novela- a única situação em que quanto mais complicação houver, mais a gente gosta.

O

Ousadia- é quando o coração diz para a coragem “ vá” e ela vai mesmo.

P

Paciência- é uma mãe que existe em todos nós.
Paixão- quando apesar da palavra “ perigo” o desejo vai e entra.
Perdão- quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Preocupação- é uma cola que não deixa sair do pensamento o que ainda não aconteceu.

Q

Quase- é o coringa de toda incerteza.
Quotidiano- tentativa de deixar o cotidiano um pouco diferente.

R

Rancor- quando o fundo do coração não consegue dizer: “ deixa pra lá”.
Recordação- quando um pedacinho do passado volta ainda mais enfeitado.
Resposta- frase-luz que ilumina frase-escuro.
Romance- caso de amor muito bem encadernado.

S

Sedução- mania que tem os olhos, os ombros, a cintura, os quadris e a voz de brincar de ímã.
Sentimento- a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Saudade- quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Silêncio- quando os ruídos estão sem assunto.
Sucesso- quando você faz o que sabe fazer só que todo mundo percebe.

T

Ternura- é amor com recheio de goiaba (nota minha: poderia ser goiabada, né?)
Trégua- um pedacinho de paz espremido entre duas lutas.

U

Urbano- sem vacas
Urgente- algo que não dá tempo de fazer xixi primeiro.

V

V- vitória
Vaidoso- pra quem a vida é avenida.
Vaivém- quando a certeza está com uma preguiça danada.
Vontade- é um desejo que cisma que você é a casa dele.

X

Xeque-mate –quando só resta ao rei imitar o poeta e pedir um tango argentino.
Xô- única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.

Z

Zangado- um anãozinho da Branca de Neve que baixa na gente de vez em quando.
Zen- quem consegue não enlouquecer mesmo sem tomar calmante.
Zureta- como a cabeça fica ao final de um dicionário inteiro.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

BREU DE MIM (Jácio Cidade e Marcos Rocha)
Interpretação: Grupo Cinco em Ponto (antigo grupo da Drica e da Jana)

Vou inventar
Um bicho voador
Pra me perder no céu
E encontrar o que eu perdi
No breu de mim.

Vou me lançar no céu
Do teu amor
Que eu nunca encontrei.
Vou virar um colibri ao léu.

(Eu sou,
Sou o que sou):
Não quero ser o que ficou.
Sem teu amor,
Nem sou ninguém.

Vou em qualquer lugar que for
(seja lá você quem for)
Eu só quero ser alguém
Que tenha amor
Pra dar amor
Pra alguém.

===========

Essas duas ainda vão me matar de chorar... Podem procurar. É da Drica e da Jana...

Abraços a todos.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Era uma vez um cara tímido. Muito tímido. Muito, demais, além da conta.

Esse cara descobriu a internet. Começou a ver com funcionava, descobriu os sites, descobriu como funciona a vida virtual. E depois descobriu os sites de relacionamentos. Criou um perfil lá. E deixou.

Uma menina descobriu o perfil desse cara. Mandou uma mensagem. Depois outra. E depois mais outra.

O cara ia respondendo, maravilhado com aquela situação. Como ele nunca tinha namorado antes, imaginou que de repente poderia ser aquela sua primeira experiência.

Ele estava enganado - mas vamos contar as coisas como elas aconteceram.

Ele comprou ovos de páscoa dela. Ela foi entregar. Eles foram almoçar. E depois ela voltou algumas vezes ao local de trabalho dele, pra fazer cartão de visita, pra visitar, pra conversar.

Surgiu uma amizade muito grande, muito forte, muito intensa. Amor, mesmo - mas de irmãos.

Ela começou a namorar uma outra pessoa.

Ele também começou a namorar uma outra pessoa.

Ela terminou. Ele também. E os dois voltaram a se encontrar, a sair, a conversar.

Ela voltou a namorar.

Ele esperou.

Ela terminou.

Ele começou a namorar.

Ela esperou.

Ele terminou, e logo em seguida começou de novo a namorar.

Ela começou a namorar.

Ele ficou doente.

Ela ficou do lado dele, sempre, todos os momentos. Mesmo namorando, ainda que fosse pela internet, ela sempre esteve lá.

Ela terminou.

Ele continuava doente.

Ela começou a namorar. Infelizmente ela não fez uma boa escolha - o namorado dela é super ciumento, imbecilmente e idiotamente ciumento.

Ela teve que se afastar dele por causa do namorado.

O namorado dela aprontou, fez besteira. Ela pediu ajuda pra ele. Ele foi, viu, e disse que não era nada de mais, mesmo sabendo que era coisa demais, sim.

O namorado dela brigou feio com ele. Muito feio.

Ela ficou triste, pediu desculpas pra ele, mas, se afastou com o namorado. Foi morar bem longe.

Ele entendeu, mesmo ficando muito triste com a decisão dela. E também se afastou, mesmo porque ele não quer que ela fique triste com o namorado, por causa dele.

E como diz a música (Eduardo e Monica, do Legião): "E a nossa amizade dá saudade no verão". No verão, no inverno, na primavera, no natal, no carnaval, e principalmente na páscoa, quando ele se lembra dela, no portão da empresa, junto com uma amiga, com as sacolas com os ovos de páscoas, com aquele sorriso meigo e lindo, perguntando "é você o Wellington?"

Ele sente muita saudade dela. Talvez ela não saiba o quanto ela é importante pra ele. Talvez não tenha a menor idéia do tanto de "importante" ela represente na vida dele. Ela esteve todo o tempo ao lado dele, na doença - que foi uma fase negra na vida dele e que graças a Deus passou -, até que o namoro a afastou. E agora, que ele tá bem, ta vivo, tá inteiro de novo, ele não pode ter a companhia dela, nem que seja por um dia, para matar as saudades, conversar, e poder retribuir um tantinho que seja o amor que ela dispensou a ele.

Sim, pode existir amizade forte e verdadeira entre homem e mulher. E não, não precisa que um deles seja homossexual, não. Se a gente souber olhar pra alma, os corpos não dirão nada. E é assim que a coisa funciona - a gente ama a alma da pessoa. Foi assim, é assim, e sempre será assim.

Ele a ama - não amor "normal", carnal, de homem e mulher. Mas amor de almas, de irmãos. E esse amor é muito forte, muito verdadeiro.

Pena que o marido dela não consiga entender isso, esse amor que transcende todo e qualquer estigma de sexo ou de amizade por interesse. Um amor que sempre foi puro, simples, porém forte, intenso, sempre presente, mesmo quando ausente. Amor de irmãos, amor de duas almas que se entendem sem palavras, sem nem precisar olhar. Almas que se completam, que se curtem, que torcem um pelo outro, que comemoram - mesmo longe - cada vitória do outro. E ele fica muito triste que as pessoas não entendam isso. Ele pensa que as pessoas têm mentes pequenas, fechadas, que não conseguem ainda entender quão gostoso é uma amizade verdadeira, e fica bravo porque as pessoas não querem evoluir, não querem pensar que isso possa existir.

E ele quer dizer pra ela que a ama muito, demais, e que sente muita falta dela. Que ele se afastou por motivos mais que óbvios, e que agora, a partir do comecinho do ano que vem, ele vai estar mais longe, e que queria muito comemorar essa vitória com um milkshake de ovomaltine no Tatuapé, mas, que foi apenas em sonho, já que ele não pode realmente fazer isso.

E ele termina essa carta aberta em lágrimas.

Abraços a todos.